PERDA
Me perdi na reta
na subida
na descida
Não sei onde é minha
casa
Mas consegui
acariciar o ombro
acariciar a nuvem
acariciar o vento
o subir verdadeiro do achado,
do subir do achado no alto.
Sou como um iceberg
Um cubo de gelo flutuando num copo d’água
Um gelo exposto
Um gelo submerso
Dependendo da forma
Irregulares e torreados
Me deformo com facilidade
sob pressão
Arranho o leito do oceano
Escavo canais longos e profundos
À noite, a água congela e se expande nessas rachaduras
e faz com que pedaços de mim se partam
Isso muda subitamente meu formato
Sou uma fonte de aborrecimento
um perigo
É possível que agora esteja pensando:
seria melhor não existir
Mlailin
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