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Memórias do carcere de Camilo Castelo Branco revisitado por Lai em a vida como ela é

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Nunca precisei tanto de Ana Plácido quanto agora. Quando ela me disse: “Camilo, casa comigo” fiquei com medo e tentei argumentar que ainda era cedo. E de repente (coisa que nunca me acontecera antes) tive medo de dizer não e perde-la definitivamente, por ela seria capaz de enfrentar o mundo todo. Se tivesse conseguido esconder nosso amor da vida pública, mas quando nossos encontros vieram a tona o esposo enciumado moveu uma queixa crime, Ana não resistiu e se entregou, a seguir depois de perambular por alguns sítios resolvi eu seguir também o mesmo destino. Agora éramos motivo de conversas em toda a cidade, riem-se de nós em toda os cantos, quem me vê me examina e me julga. É a manhã de mais um dia.  O carcereiro trouxe o café, ainda pela metade, deposito a xícara na mesinha de cabeceira onde escrevo. Escuto a voz de uma pessoa na casa em frente que diz:  “Ela só sabe me magoar, ela só sabe magoar”.  Escrevo o que gostaria de dizer a ela: