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Mostrando postagens de maio, 2011

METAMORFOSE

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Noite densa, noite de trevas

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Noite densa, noite de trevas. Todas as pessoas que caminham pelo calçadão param para olhar a foto da jovem de olhos azuis e cabelos encaracolados. Sua foto esta estampada junto com outros em um aviso de desaparecidos. Os transeuntes olham com pena e ouço quando suspiram e sussurram: “Uma moça tão linda! Onde esta?”. Eu também fiz a mesma pergunta. Sim, alguém sabe. Alguém deve ter visto. Enquanto me afastava ainda ouvi uma senhora dizendo: Vinte anos, uma menina. Carla Regina Souza naquela noite havia dito a sua mãe que deixasse sua janta dentro do micro-ondas,   jantaria mais tarde   quando chegasse, estava atrasada. Era quarta-feira dia de ir à igreja. Deu um beijo na mãe e saiu rapidamente antes que se atrasasse mais ainda. Anoite estava agradável, noite quente de verão.As pessoas voltavam para casa e algumas caminhavam com pressatendo nas mãos sacolas de compra de supermercado. Carla estava feliz, tinha participado no concurso para mudança de cargo na empresa e tinha certeza de q

"LOUCO!"

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Qualquer semelhança não é mera coincidência Juvenal havia pedido a seu patrão para sair uma hora antes do horário. Sua esposa Maria queria que ele chegasse mais cedo para ajuda-la com o jantar para o filho. Quer dizer não era seu filho. Era o filho mimado de sua Maria, sua querida Maria. Quase cinquenta anos de casamento, tinha veneração por ela. E assim Juvenal correu para fazer sua vontade. Eram quase 19Hs. e Maria do Juvenal estava na metade do jantar. Depois de quatro anos com o filho morando em Hortolândia, aquela para ela seria uma noite especial. Iria comemorar a volta do filho querido. Tanto tempo longe. Essa não era a primeira vez, ele já esteve uma vez em Araraquara. Mas a vida é assim mesmo. Que família hoje não sofria? Por ele era capaz de qualquer sacrifício. Até mesmo de sacrificar a sua vida, como fez muitas vezes. Os vizinhos podiam sentir o aroma gostoso de um frango sendo frito numa panela de ferro. Mesmo com os olhos cansados e sentindo uma dor insuportável no nervo

Da condição humana

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Na luta contra a realidade o homem tem apenas uma arma: a imaginação”             Estou morando a uma semana na Rua 24 de maio no décimo segundo andar. Fui contratada para cuidar de um senhor de 97 anos. Há seis meses esse homem não anda mais e passa a maior parte do tempo dormindo. Esta inválido. Ele apertou minhas mãos em sinal de que gostou de mim – e eu gostei dele. Foi à primeira vista. Logo que entrei naquela casa quando vi aquele idoso de cabelo branco deitado, automaticamente, lembrei-me de meu pai em seu leito de morte. A mesma imagem do homem que fora tão forte um dia, agora estava ali estirado naquela cama, tão frágil, miúdo, os olhos cansados e tristes como um animal encurralado. Senti que a chama da vida se apagava. E eu teria que afastar os olhos para algum ponto na parede, uma mancha, uma luz, um quadro, alguma coisa que desviasse minha atenção do fato que sempre acaba me levando ao choro. Mas não havia saída para onde escapulir e eu podia chorar porque aquele home

Layla e Eu

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