A historia humana sempre se repete: Guerra, Vulcão, Balão... Explosão
Bebemoremos (beber e comemorar)
Bebemoremos é o ajuntamento de duas palavras da língua portuguesa que são:
Comemorar e beber
Ou seja
Enchemos a cara

De cachaça da cana
do vinho
das videiras
das parreiras
da cerveja
de lúpulo e levedura
Enchemos a cara pois é isso que vemos
a cara se enche
Uma cara

Uma cara se entrega
Um estômago não
Mas nós enchemos a cara ou enchemos o estômago?
O certo é a cara
Pois a cara nós vemos
E vemos a cara

Já o estômago
invisível nada diz

não se entrega
espera
da um tempo
O tempo é o senhor da razão
o outro dia
o amanhecer
bebemoremos o que?
Sabe-se lá o que
não precisa mais de motivos
ou de desculpas,
basta ter sede
ter vontade
ter estomago
ou seria fígado?
bebemoremos (beber e comemorar)
de segunda a segunda
pois todo dia é dia
bebeberar (beber) é preciso
pois amanha morreremos
Estou completando seis anos lendo um livro
Comecei por volta do inicio dos anos dois mil quando encontrei o livro em um alfarrábio em São Paulo. Conhecia o autor e sua obra mas esse titulo me era desconhecido. Logo nas primeiras paginas se tornou um livro desejado, querido, tão bem escrito que tinha medo de terminar
E assim fui lendo linha por linha, lentamente como ruminar horas e horas seguidas
Depois não lembro porque, mas deixei de lado
Penso que foi porque encontrei o Colosso de Marussia de Henry Miller, ou foi Alvaro Mutis e a Neve do almirante, teria sido Octavio Paz e o Arco e a Lira?...
Sei que deixei de lado por encontrar algo mais brilhante. E assim ele ficou na estante e desapareceu totalmente de minhas mãos aquela edição.
Não sei se é bom ou ruim ter vivido intensamente todos os dias como se fosse o único, pois tudo é novo como se fosse o primeiro, exceto as recordações.
Primeiro vez em tudo, primeira vez no mar, primeiro vez na grama, primeiro vez na terra, primeiro vez na trilha, primeira vez no sorriso de felicidade de uma criança de um adulto de um idoso... de alguém que passa e diz bom dia...
Não, não foi nada disso. Abandonei porque ainda não era a hora de terminar.
Não levei ele comigo para a Europa, Os livros que levei infelizmente tive que desfazer deles pelo caminho, estavam pesados, esperava encontra-los um dia em algum site, gratuito... Desejei ardentemente e encontrei-o em um alfarrábio do Porto. Velho corroído, amarelado... uma edição dos anos 40, ninguém se importava, ninguém queria, somente eu. Levei por uma bagatela
Carreguei ele comigo naquele ano de 2019. Foi em 2020, quando todos se aprisionaram, exceto eu que continuei com minha vida embora todas as portas haviam se fechado exceto as portas de acesso ao mar e foi para lá que eu me dirigi depois de encontrar um anexo onde me esconder como Anne Frank.
E foi ali na areia fria do mar em um inverno frio e lindamente maravilhoso, onde somente eu o mar o covid e as memorias de Stefan Zweig ...
Carreguei o livro comigo naqueles dias onde folheava e me abismava, era o relato do final de um século, o 19, e o nascer do século 20, o encontro de duas guerras. Pulei a primeira parte e fui ate a parte da primeira guerra, e toda aquela fuga e alienação era tão parecida com a que eu vivia, me identifiquei com tudo aquilo e cada paragrafo era uma surpresa.
Depois tive que desfazer daquele livro que já era usado e em minhas mãos ficou mais usado ainda ao ponto das folhas começarem a cair a quebrar. Foi no no começo da minha ultima e definitiva mudança em 2023. Em 2024 comprei o livro em formato de brochura pela amazom, já não tinha nele escrito o ano de 1948, já não tinha mais a mesma linguagem ou tinha? Não lembro, sei que não se perdeu muita coisa pois percebi que tudo era familiar.
Desta vez começando pelo inicio, vim a descobrir como era a sua vida na Áustria no final do século dezenove ao inicio e meio do século vinte. Aprendi bastante sobre a vida cotidiana de pessoas que hoje dormem na morte e de outros que já dormiam há tempos, mas permaneciam vivos na memoria daquele povo. Fazer musica, dançar, atuar, conversar, comportar-se bem e agradavelmente eram cultivados como uma arte especial. Estranho ouvir hoje em uma sociedade onde impera o ódio mesmo sem saber a quem. Foi maravilhoso viver aqui. Diz o autor. Em cada linha do livro conta sobre Beetoven, Haydn e sua "criação" onde foi ouvida pela primeira vez. Eu escuto essa maravilha de Haydn agora enquanto escrevo, eu amante de musicas clássicas desconhecia completamente ate ser induzida pelas palavras de saudades e apreço desse escritor.
O teatro imperial, Burgtheater, era para os vienenses, para os austríacos mais do que um mero palco no qual os atores representavam pecas, eram o microcosmo que espelhava o macrocosmo, o reflexo colorido no qual a sociedade se via, o único e verdadeiro "cortigianos" de bom gosto. Quando o teatro onde o casamento de fígaro de Mozart tinha sido ouvido pela primeira vez foi demolido, foi demolido, toda a sociedade vienense foi solene e emocionalmente reunida nas salas como se estivesse em um funeral, e no final correram para o palco para levar para casa como uma reliqua um pedaço de tabua em que seus amados artistas haviam trabalhado. Ler esses relato e comparar o que hoje acontece com a humanidade em questão de conteúdo, cultura e musica, além de tristeza, existe um vazio, pois não ocorreu um progresso magistral e sim uma queda de tremendo mau gosto.
Sentai-vos e negociai
À vossa vontade, velhas raposas grisalhas.
Iremos amuralhar-vos num palácio esplêndido
Com comida, vinho, boas camas e bom fogo.
Para que possais negociar e chegar a bom termo sobre
A vida dos nossos filhos e dos vossos.
Que toda a sabedoria da criação
Convirja para bendizer as vossas mentes
E vos guie no labirinto.
Mas lá fora ao frio, nós iremos esperar-vos,
O exército dos mortos em vão,
Nós os de Marne e de Montecassino,
De Treblinka, de Dresden e de Hiroshima:
E estarão connosco
Os leprosos e os tracomatosos,
Os desaparecidos de Buenos Aires,
Os mortos do Cambodja e os moribundos da Etiópia,
Os pactuadores de Praga,
Os exangues de Cálcuta,
Os inocentes massacrados em Bolonha.
Ai de vós se saís sem acordo:
Sereis cingidos ao nosso abraço.
Somos invencíveis porque somos os vencidos.
Invulneráveis porque já mortos:
Nós rimo-nos dos vossos mísseis.
Sentai-vos e negociai
Até que se vos seque a língua:
Se a ruína e a vergonha durarem
Iremos afogar-vos na nossa podridão.
Quanto ao balão o fato aconteceu logo cedo na manha de sábado dia 21.06, o incêndio começou dentro do cesto, ainda durante o trajeto. O próprio piloto relatou que o fogo teria se iniciado em um maçarico auxiliar usado como segurança caso a chama principal falhe. Ele não soube dizer se o equipamento foi deixado aceso ou se reacendeu por conta própria, mas confirmou que as chamas partiram dali. Ao perceber o problema, o piloto tentou realizar uma descida de emergência. Já próximo ao solo, ordenou que os passageiros pulassem. Algumas pessoas conseguiram sair e sobreviveram. No entanto, com a redução de peso, o balão voltou a subir com os demais ainda no cesto. Em seguida, a estrutura foi consumida pelo fogo e caiu nos fundos de uma mata na região. Treze pessoas conseguiram se salvar e oito morreram, quatro carbonizados e quatro de fraturas múltiplas depois de terem se atirado para baixo. Essa noticia continuaria por tempo indeterminado se o caso da garota que escorregou na trilha que levava ate o ponto mais alto do vulcão, não estivesse passado a noite de sexta, e anoitecendo na noite de sábado e ela esperando salvação nas profundezas daquele abismo, isso começou a apavorar um povo acostumado a tragédias, mortes e assassinatos, esse parecia o pior pois estava fora de controle de seu pais e se ele poderia ser capaz nada fazia, quanto a Indonésia onde esta esse vulcão nos já sabemos que essa nação não cuida nem do seu povo muito menos de turistas sedentos de emoção.
O acidente ocorreu enquanto ela e uma amiga realizavam uma trilha no vulcão Rinjani. Em um vídeo gravado antes da queda, as jovens comentaram que a vista "valeu a pena". Após a queda de cerca de 300 metros, Juliana inicialmente conseguia mover os braços. Cerca de três horas depois, turistas a avistaram e contataram a família, enviando a localização exata e imagens. A família relatou que Juliana ficou desamparada por quase 4 dias aguardando resgate, "escorregando" montanha abaixo. Durante os resgates, por diversas vezes a jovem era avistada em pontos diferentes. Via drone, Juliana foi avistada pela última vez, antes de ser encontrada morta, cerca de 500 metros penhasco abaixo, visualmente imóvel. Posteriormente, o corpo foi encontrado a cerca de 650 metros de distância do local da queda. O resgate aconteceu na madrugada de segunda feira para terça feira as 1:40m.



Hoje quarta dia 25 as bombas pararam de cair e os governos estão em seus afazeres, reconstruindo o que foi destruído. Aparentemente em paz. As pessoas que gostam de viver perigosamente no momento estão sossegadas mas somente por um momento ate a próxima semana, logo haverá feriados e voltara a vontade de adrenalina. Eu talvez volte para meu livro, ainda não senti vontade de abrir onde deixei e não sei quando farei, talvez logo mais a noite daqui há pouco quando for deitar. Sim depois de tudo isso fiquei pensando em algo que foi dito por quem já não lembro mais , mas ele disse que depois do COVID as pessoas começaram a viver intensamente mais do que nunca e a viajar muito principalmente para lugares sem segurança, inóspito. Sim depois do COVID tudo mudou e não para melhor conforme diziam, para pior. Ficamos mais tristes, mais ansiosos, mais amargurados, sem esperança, mas hipócritas em relação a nos mesmos e ao mundo que nos rodeia, vivemos uma fuga de viver ou morrer e de postar ao mundo que apesar dos pesares estamos sobrevivendo em nossa loucura de cada dia.
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