Porto - Portugal .... caminhando com Lai
Cada um se cura de um jeito
Eu me curo caminhando.
Foi assim que ontem, para não entrar em estado de coma, fui na Decathlon e comprei
meu equipamento: tênis, camiseta, bermuda e mochila.
Se de onde estou até ao centro não dá nem cinco minutos de metro,
isso significa que uma caminhada até à rua dos Aliados não passará de uma hora.
Está certo que tive que descontar os lugares por onde parei.
A papelaria em que comprei uma caneta....
A perfumaria em que entrei....
é digno de nota que em alguns lugares os atendentes
deixam de ser simpáticos quando ouvem meu sotaque.
Talvez sintam que eu não significo lucro, cifrões... ou seria preconceito, se é, é melhor não pensar muito sobre isso. Melhor nem...
Nem me importo, gosto de olhar e ficar comparando
e convertendo valores, euros em reais.
Devo dizer que no meu estômago surge um bolo de sangue e desgosto.
Gosto de olhar as casas e imaginar que cada uma tem uma história,
algumas até já foram um lar...
olho uma trepadeira que nasce e morre no concreto ...
Descubro que a rua da Firmeza corta
a rua da Alegria
e que a palavra velho não ofende velho nenhum, embora eu prefira a palavra
idoso.
O Porto está cheio deles.
Gosto de parar um somente para pedir uma informação. Informam sempre com
simpatia devem ter muito para contar.
Minha caminhada terminou com menos de 40 minutos, se fosse no Brasil eu
levaria
três dias e três noites, assim como Jonas na barriga do peixe.
Uma procissão de turistas passa por mim.
Outra atravessa a rua com destino a estação São Bento.
Está na moda saia plissada. Vejo-as de tudo quanto é cor e tamanho.
É bom ficar assim sentada na grama olhando a malta passar.
O ruim é não ter ninguém para conversar.
Marcia Mesquita em 29.08.2016
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