Into the wild - Resumo do livro na Natureza selvagem - Jon Krakauer





Quem assistiu o filme Na natureza selvagem? Filme dirigido por Sean Penn com aquela bela música de Eddie Vedder como pano de fundo e paisagem maravilhosa do EUA e por fim do Alasca? Alguém ai? O livro é bem melhor. O autor e jornalista segue o estilo Truman Capote que escreveu o clássico: A sangue frio. Os dois livros são baseados em histórias reais. Capote deu inicio a um estilo que depois seria copiado por muitos. Ou seja, o romance jornalístico detalhado sobre um fato que comove a opinião publica.  Os dois livros são best-sellers, embora Into the wild de Jon Krakauer não atingiu os limites da glória como o outro. A historia de Chris McCandless causou grande comoção na America e a nação americana novamente se sentiu diminuída... A morte nos diminui como disse John Donne em sua poesia “Não pergunte por quem os sinos dobram....”


Em maio de 1990, Chris McCandless graduou-se na Universidade Emory em Atlanta, se distinguiu como aluno de história e antropologia com uma média de 3,72. Foi convidado para ser membro da Phil Beta Kappa, mas recusou, afirmando que títulos e honrarias eram irrelevantes. O que os pais não sabiam quando vieram de até Atlanta para assistir a formatura de Chris – o que ninguém sabia – é que ele doaria em breve todo o seu dinheiro do seu fundo escolar à Oxfam América, uma instituição de caridade dedicada a combater a fome. No dia seguinte era o dia das mães. Ele a presenteou com bombons, flores e um cartão comovente. Ela ficou surpresa e extremamente tocada: era o primeiro presente que recebia do filho em mais de dois anos desde que ele anunciara aos pais que, por principio, não mais daria nem aceitaria presentes...

Foi a última vez que alguém da família teve noticia de Chris. Chris enfiaria todas as suas coisas em seu pequeno carro e zarparia para oeste, sem destino. A viagem seria uma odisseia no pleno sentido do termo, uma jornada épica que mudaria tudo. Ele passara os quatro últimos anos anteriores, tal como via as coisas, preparando-se para cumprir um dever oneroso e absurdo: graduar-se na faculdade. Finalmente estava desimpedido, emancipado do mundo sufocante de seus pais e pares, um  mundo de abstração, segurança e excesso material, um mundo em que ele se sentia dolorosamente isolado da pulsação vital da existência...

Saindo de Atlanta para o oeste, pretendia inventar uma vida totalmente nova para si, na qual estaria livre para mergulhar na experiência nua e crua, sem filtros. Para simbolizar o corte completo com sua vida anterior, adotou um nome novo. Não mais atenderia por Chris McCandless: era agora Alexander Supertramp, senhor do seu próprio destino.

“Ele estava sozinho”, como James Joyce escreveu de Stephen Dedalus seu personagem do livro “Artista quando jovem”... Ele estava desligado de tudo, feliz perto do coração selvagem da vida> estava sozinho e era jovem, cheio de vontade e tinha um coração selvagem; estava sozinho no meio de um ermo bravio, entre águas salobras, entre a colheita marítima de conchas, entre claridade cinzentas embaçadas...

Os relatos das pessoas que ele encontrou pelo caminho diziam: “Quando conversava falava sem cessar sobre árvores, natureza e coisas esquisitas tipo”. Outro disse: “Gostava de ler livros daquele cara do Alasca Jack London. Nunca falava muito. Era meio de lua, não gostava de ser incomodado. Parecia um garoto que estava buscando alguma coisa, buscando alguma coisa, só não sabia o que era”.



McCandless era apaixonado por London desde criança. Admirava London por sua condenação veemente da sociedade capitalista, sua glorificação do mundo primordial, sua defesa da plebe, tudo refletia as paixões de McCandless. Hipnotizado pelo relato grandiloquente que London fazia da vida no Alasca e no Yukon. McCandless lia e relia O chamado da floresta, Caninos Brancos, Acender o fogo, Uma odisseia no norte, A perspicácia de Porportuk... Porém estava tão fascinado por essas obras que parecia esquecer que eram obras de ficção, construções da imaginação que tinham mais a ver com a sensibilidade romântica de London do que com a realidade da vida subártica...

McCandless esquecia convenientemente que o próprio London passara apenas um inverno no norte e que se suicidara em sua fazenda na Califórnia aos quarenta anos, bêbado delirante, obeso e patético, levando uma vida sedentária que pouco tinha a ver com as ideias que defendia no papel...

Em abril de 1992, adentrou sozinho na região selvagem e desabitada ao norte do monte McKinley, e em agosto do mesmo ano, seu corpo foi encontrado em um ônibus abandonado no Alasca, com um bilhete de SOS pregado na porta. No momento da autopsia, os restos de McCandless pesavam trinta quilos e quatrocentos gramas. A inanição foi aventada como causa mais provável da morte. A assinatura de McCandless estava no final do bilhete de SOS, e entre as fotos reveladas havia muitos auto-retratos. Mas como não havia nenhum documento de identidade, as autoridades não sabia quem era ele, de onde vinha e nem porque estava ali.





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