A mulher da Praça João Mendes



Quando ao abrir o livro "A capital" de Eça de Queiroz, logo na primeira página trouxe a minha atenção a lembrança da manhã na estação de Braga, no caminho de ferro do norte, não estava silenciosa, era por volta das 13 horas, antes da chegada do comboio do Porto, foi ali que conheci uma brasileira que vive há treze anos em Portugal. Ela contou um pouco sobre os anos que ali vive. As maravilhas que ela contava se contradizia com as marcas que trazia no rosto, nas mãos e em todo o corpo. É sempre assim, o ser humano gosta de contar uma história de faz de conta no lugar da triste história ano a ano, mês a mês, minuto a minuto comendo o pão que o diabo amassou. E assim escondia o sol com a peneira em uma ladainha de vitórias. Sobre a conversa com essa senhora eu já escrevi  isso em algum canto desta casa.



Minhas escrevinhações hoje é sobre um outro local onde me dirigi e passei quase duas horas ali dentro dele. Um alfarrábio na praça João Mendes. Foi ali que sujei minhas mãos, minhas roupas e respirei aquele cheiro de livros amarelos, antigos. Pelas fotos o lugar passa uma sensação de majestoso. De majestoso não tem nada. Difícil se livrar da sentimento de perigo, imundície...



Foi quando estava para atravessar a rua que lembrei? Será que aquela loira que há anos faz ponto naquela esquina ainda estaria por lá. A primeira vez que a vi, ela chamou a minha atenção pelo porte físico diferente das outras.... Sim, ainda estava lá... andava para lá e para cá falando no telemóvel, parecia uma empresária a tratar de negócios. Enquanto seguia pensava: Como será a história que ela tem para contar?




Comentários

Anônimo disse…
Eu trabalho lá na Praça João Mendes.
O nome da loira é Carol. As informações que tenho é que ela é casada, formada e é uma pessoa bacana.
Dizem que está lá há muito muito tempo e que traz as meninas do nordeste para trabalharem naquele ponto.

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