Xenofobia e Preconceito e Macabeia a procura de Clarice


O que é Preconceito:
Preconceito é um juízo pré-concebido, que se manifesta numa atitude discriminatória perante pessoas, crenças, sentimentos e tendências de comportamento. É uma ideia formada antecipadamente e que não tem fundamento crítico ou lógico.


O que é Xenofobia:
Xenofobia significa aversão a pessoas ou coisas estrangeiras.
O termo é de origem grega e se forma a partir das palavras “xénos” (estrangeiro) e “phóbos” (medo). A xenofobia pode se caracterizar como uma forma de preconceito ou como uma doença, um transtorno psiquiátrico.
O preconceito gerado pela xenofobia é algo controverso. Geralmente se manifesta através de ações discriminatórias e ódio por indivíduos estrangeiros. Há intolerância e aversão por aqueles que vêm de outros países ou diferentes culturas, desencadeando diversas reações entre os xenófobos.

É a primeira vez que acesso um dicionário para saber a definição desses dois infelizes sentimentos. Sempre soube que existiam, mas na altura do campeonato da minha vida, estavam tão distantes de minha mente e coração. Habitavam minha estante de livros no dicionário, e em livros de histórias .

Assim como se aprende a amar se aprende a odiar. Fui criada por uma mãe e um pai ausente. Minha mãe era a pessoa mais tolerante que conheci Lembro que quando podia me levava ate um bairro onde vivia um povo de olhos puxados que ela dizia terem vindo de um país localizado bem debaixo dos meus pés o que fez com que até hoje eu sei onde esta o Japão e o povo motivo de tanta fascinação que preencheu minha imaginação infantil

Com os primeiros anos escolares ganhei amigos de todas as raças, crenças e religião diferente.
Se soubesse que seria em um País irmão que conheceria na pele essa ignorância diria: é mentira.

Estava eu um dia em uma loja de roupas olhando lixos pensando em como gastar aquilo que não vale nada.. . Foi quando percebi que o tempo voou que perguntei para a primeira pessoa que passou: Que horas são? Conversa vai conversa vem, fomos tomar um café juntas. No café fiquei sabendo que seu quarto não tinha janelas e que sua senhoria não a deixava lavar suas roupas. No café conversa vai conversa vem ela ficou sabendo que eu era prisioneira em um confortável apartamento cheio de janelas que eu não podia abrir, e ate minhas malas fechadas fediam Chesterfield Classic Blue, e se as paredes e a cortina do banheiro estavam pretos pela nicotina meus pulmões estavam se tornando um caso perdido. Conversa vai conversa vem decidimos alugar um quarto ou um espaço juntas. Foi ai que lembrei de um senhor que tinha um prédio do inicio do século passado na rua Faria Guimaraes cujos quartos eram alugados para gente como a gente. Combinamos que eu ligaria e marcaria o dia e assim ocorreu. No dia marcado eu cheguei mais cedo e esperei com o senhorio na esquina do prédio. Longe eu a reconheci e disse a ele: Ela vem vindo. Ele olhando responde em forma de pergunta: Ela é negra? Tive que olhar de novo e esperar ela sair da sombra do prédio e entrar na claridade do dia e do sol para descobrir. Foi ai que eu entrei em um mundo desconhecido era como se estivesse diante de um perigo eminente. Disse a ele apontando para o meu braço: Ela é um pouco mais morena que eu . E ele respondeu: Ela é preta. Não preciso dizer que ao negociar o quarto ele se tornou mais caro do que o combinado por telefone e ate as copias da chaves tinham o preço do aluguel. Minha amiga sem nada saber ainda foi ate as proximidades do metro Marques tirar cópia do seu passaporte enquanto combinamos voltar no outro dia com minha cópia , pois passarinho que sou, não ando com passaporte na bolsa. Ele ainda nos fez de trouxa mostrando com azedume os outros andares velhos sujos e poeirentos. Depois do teatro quando já estava em casa ele ligou para dizer que alugava somente para mim, para minha amiga não...


Não sei por que estou escrevendo essa merda toda, isso é pouco diante das atrocidades que o ser humano é capaz...




Viajei com Ludmila
obrigada por ter ido
tanto queria ter estado em pessoa contigo mas não deu
e agora enquanto digito a ti
meu computador esta contaminado
o francês tem o seu domínio
Andei contigo no escuro debaixo d'água
passo a passo...
e acabei fazendo como das outras vezes andando a esmo
Virei a direita na rua do Banco Bradesco e na bifurcação parei naquele pequeno reduto rodeado por araucárias e lembranças de Monte Verde


logo acima desse momento de paz ouço o barulho
do hotel cabeça de boi ... E na bifurcação o cemitério
Encontrei o palhaço vassourinha e outros que se foram
Vanusa Barbosa tao jovem e linda


Dona Anita e sua receita de Apfelstrudel que tanto pedi 
em nosso ultimo encontro... 
E ela disse: é segredo


Alemão em sua casa próximo a lareira com Eva Felix
e sua imensa dor 
E anos depois seu filho Eli meu companheiro de caminhada 
em um mergulho fundo dizendo adeus..
Tantos acontecimentos que tu não viu mas passou tão perto
tocou todos eles com seus lindos olhos azuis


A casa da Lucia Boetcher há um ano não é mais a mesma e nunca mais será
e desde então não sei mais quem sou



Houve uma vez Aveiro:


Par les soirs bleus d’été, j’irai dans les sentiers,


Picoté
par les blés, fouler l’herbe menue:


Rêveur,
j’en sentirai la fraîcheur à mes pieds.


Je
laisserai le vent baigner ma tête nue.


Je
ne parlerai pas, je ne penserai pas :


Mais
l’amour infini me montera dans l’âme,


Et
j’irai loin, bien loin, comme un bohémien,


Par
la Nature, - heureux comme avec une femme.


Rimbaud





Tem horas que sentia saudades dele. 

Acontecia assim pelas manhãs... 

ou a tardinha quando o sol estava se pondo  

 escutava a sua voz chamando: Xuxu ...  

Pedindo algo. 

Tinha prazer em a tratar como empregada 

ou era um modo carinhoso/grotesco de falar. 

Nunca soube. 

A imagem que tinha era ele ali perto de si 

e o garrafão de água 

com o copo na mão gesticulando 

como surdo mudo em língua de sinais para que  enchesse o copo para si. 

Não pedia por favor. 

Empurrava o braco indicando o garrafão de água... 

Parecia um invalido. Ou um rei de uma tribo tribal. 

Como posso sentir falta de alguém assim? Pergunta

 É fácil analisar 

  acostumada com seu sequestrador 

 como aquele pessoal que esteve preso em  Auschwitz.

No inicio ouvia: Amo- te

Depois

O meu amor por você não fez com que eu parasse de fumar
ou

O meu amor por você não fez com que eu voltasse a pintar

So faltou dizer:

O meu amor por você não fez com que eu tomasse um banho 

durante esses nove meses

E depois foi  desprezando como um fardo 

e nao consegue mais  ouvir a sua voz 

e quando ouvia pedia: 

"resume em uma palavra". 

Acredita ser uma alma evoluída a passar por essa vida...

 É a vida dizia.


Marcia Lailin Mesquita

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