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Mostrando postagens de julho, 2011

A ÚLTIMA VEZ COM MEU PAI

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Foi no mês de agosto. Domingo, dia dos pais. Mês do meu nascimento. Vou retornando e meus passos ressoam pelas escadas da estação do trem com destino a Santo Amaro. Irmã Luísa (irmã dela) e a usurpadora me esperavam As duas com suas fisionomias estranhas e vestimentas que iam até o chão conversavam alguma coisa Eu no outro banco, ora olhava para elas, tentando a todo custo manter um ar amigável, ora olhava pela janela para o céu azul cheio de nuvens brancas, como agora de manhã Ora abaixava a cabeça e dizia: “Meu Deus me livra desse horror” Ia para o hospital Vida, visitar um homem que morria Por que tinha que ser eu? Porque somente eu poderia fazer desse momento uma dádiva Não podia falar sequer pensar o que achava dessa aventureira Dois anos já se passaram em que eu estive em seu quarto deitada ao seu lado Pela última vez, sentindo sua respiração enfraquecendo passo a passo, seu corpo apodrecendo Não sei se dormi, não sei se chorei Lembro que nos meus olhos havia uma enorme clarid

AMIGO

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TENHO AMIGOS PARA SABER QUEM EU SOU, POIS VENDO-OS LOUCOS E SANTOS, BOBOS E SÉRIOS, CRIANÇAS E VELHOS, NUNCA ME ESQUECEREI DE QUE A NORMALIDADE É UMA ILUSÃO   IMBECIL E ESTÉRIL Fernando Pessoa e EU

PARCEIROS DA ALMA

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Foi em uma tarde de abril, que Leo apareceu. Tendo levantado os olhos do livro para pegar uma caneta que caíra no chão avistei-o. Caminhava devagar ao meu encontro A principio pensei em ignorar, mas à medida que se aproximava levantou a mão até a altura do coração. E esse simples gesto fez com que eu largasse os livros e fosse ao seu encontro. Ele fechou os olhos e disse: “Não estou bem...”   “Você pode ficar aqui, fique aqui comigo” – Disse a ele – enquanto apertava a sua mão. O sol estava sumindo no horizonte. Nuvens negras apareceram do lado do poente. Estava se aproximando uma grande tempestade. Sai da sala por alguns instantes para buscar lençol e cobertor. Quando voltei ele estava mais animado. Perguntei se tinha fome. Ele disse que queria ficar apenas do meu lado, nada mais. Enquanto ele me olhava arrumei o sofá-cama da sala e ele deitou. Depois, um pouco tímida, abaixei o corpo e beijei o seu rosto. Ele segurando os meus braços pediu que ficasse ali com ele. Tirei o sapato

Por onde ando

FICA COMIGO

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DURANTE TODO AQUELE INVERNO ERAM VISTOS DIARIAMENTE JUNTOS, ELE LIA PARA ELA TODOS OS SEUS PENSAMENTOS QUE ESCREVIA EM PEDACINHOS DE PAPEL. A MOÇA ALTA E DE CABELOS RUIVOS PARECIA QUE NUNCA MAIS IRIA DEIXA-LO... QUANDO ELA PARTIU CHOROU COMO UMA CRIANÇA. O QUE SERIA DELE AGORA?  FOI A SUA PROCURA. AO AVISTÁ-LA OLHOU-A LONGAMENTE. AGORA QUE A ENCONTRARA O QUE DEVIA FAZER? O QUE DEVIA DIZER? MLAILIN

CONFIDÊNCIAS

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Não lembro mais de muita coisa e nem quero Passo a maior parte do meu tempo ficando velha e esquisita Lá fora na cidade vivem os homens eternamente jovens e eu digo a mim mesma: “logo que consiga andar virão me buscar”. Enquanto isso começo desesperadamente a travar relações com outras pessoas O que eu quero é não ficar só Por que não acontece alguma coisa? Por que me deixam aqui sozinha? Quero ser amada Quero que alguém responda ao chamado que cresce e se torna cada vez mais claro dentro de mim Ontem eu tive um desejo de andar na grama, pisar na terra, molhar os pés... Fiquei por um momento ouvindo a chuva batendo no vidro da janela... E tive outro desejo Descer as escadas sem pensar no que iria fazer Atravessar o corredor escuro e sair ao encontro da chuva... e correr pelas ruas... Ir ao encontro de alguém tão solitário quanto eu e abraça-lo E eu iria com ele Iria sim! E aos poucos iria me entregando na terra fria e úmida... MLAILIN 

CONFISSÃO

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Confesso Eu matei Hemingway E não estou satisfeita! (Mlailin) - Haicai - 11.07.2011 

LINHA AMARELA

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Eram 14 horas (08.07.2011) quando resolvi conhecer a linha amarela. Primeira etapa seguir com destino a Vila Madalena, descer na consolação e fazer a transferência sentido Butantã. Foi uma longa caminhada. Cada passo era uma visão diferente... Depois de atravessar a transferência, existe uma longa esteira, um túnel, cheio de curvas que parece não ter fim. Carregava muitas roupas e meu passo era lento devido a dor na coluna . Não tinha pressa... O funcionário do metrô orientou que fosse no primeiro vagão por causa da visão. Eu não entendi nada. Visão do quê? Só entendi quando retornava no último vagão, e vi uma jovem pegando a mão do namorado e saindo em disparada dizendo: Vamos no primeiro vagão  para vermos o túnel. Eu fui correndo atrás deles... Ficar na janela do primeiro vagão é o máximo. São quase 5km de túnel vendo perfeitamente cada curva devido a claridade das luzes. Essa distância fica entre a Paulista e a Faria Lima. Olhem só a luz do trem que vem v