Postagens

Mostrando postagens de janeiro, 2019

Agustina Bessa-Luís e eu

Imagem
Ideias, metáforas, no museu  com Agustina Bessa-Luís Nao vou dizer que foi uma decepção porque concordo com as palavras do mestre: A estrada larga conduz a destruição e muitos seguem por ela Ou o nosso Nelson: A unanimidade é burra. O que esperar de um país onde dá para contar nos dedos das mãos os eventos culturais , parques, museus, exposições e etc... Lojas e quinquilharias e coisas imprestaveis são trilhões e trilhões de quarteirões e quadras Estava como eu gosto. Uma minúscula exposição, como a área de serviço de uma casa, com não mais que meia dúzia de roupas ou no caso, algumas fotos penduradas. Fiquei um tempo maior ali, era esse meu objetivo. Foi quando do nada apareceu um rapaz e pediu que eu tirasse sua foto. Perguntei a ele se era português. Estava curiosa. Vai diz ai que é. Quem se não um português iria ate o terceiro andar do museu? Ele disse que não - Ah, já sei! (Toda feliz) Você é amigo da Spa Campoja - Quem? - A Spa, portuguesa do Porto, mora lá depois d

Severina - Morte e vida

Imagem
Crônica memórias de Severina (Escrito conforme narrado) Faz 34 anos que minha mãe morreu e parece que foi ontem. Casamento é só uma vez, ela dizia. Ai um dia eu enviuvei e o pessoal falava assim: Severina arruma alguém. Fiquei viúva gravida da Bethânia. Mamãe sempre falava casamento é só uma vez. A mulher que tem filho deve pensar mil vezes antes de colocar alguém dentro da sua casa.. Na minha época se não casava na igreja não era casada. Casar no civil era o mesmo que ser amigada. Meu sonho era morar em São Paulo. Eu nunca respondi minha mãe, do jeito que eu fui criada eu criei meus filhos. A gente respeita os filhos para que eles respeitem a gente. Mamãe morreu do coração. Sim, a minha mãe teve um infarto na sexta, no domingo ela morreu.... Meu Deus e agora? Me deu uma depressão tão grande! Eu fiquei somente o couro e o osso. Só pensando e chorando. Quando foi? Já fazia um mês para dois mês. Eu não comia. Pelejava e não descia. Eu me lembro como hoje. Era meio dia

Pedrita, a gata parideira

Imagem
Foi na virada desse dia, 09.01.2013 madrugada que Pedrita pulou a janela e veio para minha cama Eu não estava a fim de ter ela ali do meu lado na cama tão pequena Por três vezes a tirei dali e levei ela para o sofá Nesse meio tempo Fui colocar comida para ela pensando em me livrar desse aborrecimento Foi ai que ela sumiu Chamei e nada Então imaginei que tinha voltado para a balada A danada! então, Fui dormir Depois de horas acordei com um miado no vão do sofá Pedrita não é de miar então soube Pedrita deu cria tinha um cheiro esquisito no ar... Amanheceu e agora hora é silêncio hora é miado O caso Pedrita  <3 Bom, quando a garota de sete anos, de nome Laura chegou eu não disse nada sabia que ela iria querer ver mas ai ela começou a ouvir miados então contei E não teve jeito ela olhou e disse que viu pela abertura do sofá dois se mexendo e outros parecendo mortos Mandei chamar seu irmão de 11 anos, Federico e pedi a eles que fizessem o serviço sujo não falei de

A mulher da Praça João Mendes

Imagem
Quando ao abrir o livro "A capital" de Eça de Queiroz, logo na primeira página trouxe a minha atenção a lembrança da manhã na estação de Braga, no caminho de ferro do norte, não estava silenciosa, era por volta das 13 horas, antes da chegada do comboio do Porto, foi ali que conheci uma brasileira que vive há treze anos em Portugal. Ela contou um pouco sobre os anos que ali vive. As maravilhas que ela contava se contradizia com as marcas que trazia no rosto, nas mãos e em todo o corpo. É sempre assim, o ser humano gosta de contar uma história de faz de conta no lugar da triste história ano a ano, mês a mês, minuto a minuto comendo o pão que o diabo amassou. E assim escondia o sol com a peneira em uma ladainha de vitórias. Sobre a conversa com essa senhora eu já escrevi  isso em algum canto desta casa. Minhas escrevinhações hoje é sobre um outro local onde me dirigi e passei quase duas horas ali dentro dele. Um alfarrábio na praça João Mendes. Foi ali que sujei

O garoto das meias vermelhas - Carlos Heitor Cony

Imagem
Ele era um garoto triste. Procurava estudar muito. Na hora do recreio ficava afastado dos colegas, como se estivesse procurando alguma coisa.  Todos os outros meninos zombavam dele, por causa das suas meias vermelhas. Um dia, o cercaram e lhe perguntaram porque ele só usava meias vermelhas. Ele falou, com simplicidade: "no ano passado, quando fiz aniversário, minha mãe me levou ao circo". Colocou em mim essas meias vermelhas. Eu reclamei. Comecei a chorar. Disse que todo mundo iria rir de mim, por causa das meias vermelhas. Mas ela disse que tinha um motivo muito forte para me colocar as meias vermelhas. Disse que se eu me perdesse, bastaria ela olhar para o chão e quando visse um menino de meias vermelhas, saberia que o filho era dela."  "Ora", disseram os garotos. "mas você não está num circo.  Por que não tira essas meias vermelhas e as joga fora?" O menino das meias vermelhas olhou para os próprios pés, talvez para disfarçar o olhar lacrimoso e