Gabriela, sou da PAZ!



Ela seguiu em direção ao metrô
Iria se encontrar com a mãe
Era a primeira vez que saia sozinha
Estava nas escadas do metrô
Quando ficou no meio do fogo cruzado
Foi atingida por uma bala perdida
Tentou voltar
Subiu as escadas e caiu
Um camelô a segurou
Havia lágrimas em seus olhos
Sua mãe que a esperava
Sentiu um arpão entrando em seu coração
Nos dias seguintes sobre a cabeceira de sua cama
Assistia as notícias
Tentava aceitar a perda
Via os travesseiros desarrumados na cama
Podia vê-la acariciando um gato
Podia vê-la dormindo
Podia ver seus chinelos no chão
Só não podia mais ouvir sua voz
Seu sorriso...
Criou o movimento Gabriela sou da paz
Cinco anos depois
Vitima de um AVC acabou morrendo
Até seus ossos foram doados
Suas cinzas, assim como de sua filha
Foram jogadas no mar da Barra da Tijuca
A bala que matou a filha
Alojou-se definitivamente no
Coração da mãe

Mlailin







Comentários

Unknown disse…
Digna de nota sua não rara sensibilidade e atenção para os descompassos e angústias que flagelam a humanidade, M.Lailin.
marcia mesquita disse…
Pena que não posso retribuir em palavras

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