APOJATURA





Para Kieslowski

Manhã fria, final de inverno.
Não vou fazer um discurso politico
Quero dedicar-lhe o voo dos pássaros
Cujas penas refletem todas as cores do arco-íris
Uma pequena multidão de pequenas criaturas emplumadas
Seus trinados, apojaturas, silvos e tons aflautados
Proclamam uma alegre saudação ao novo dia.
Vou erguer minha visão sobre as flores silvestres,
Tocar as suas pétalas macias e delicadas
Embelezar o cenário,
Acrescentando uma dimensão impar a alegria de viver.
Ela também merece o sussurro secreto de uma coisa contorcida,
Inodora, emaranhada e linda.
O combustível para afugentar o frio do inverno,
Dar sombra para aliviar o calor do verão,
Balsamo para as feridas e até claridade para
A escuridão da noite.
E essa faixa que cobre o seu corpo
Ata-se ao som de uma música e o ruído
São dois meninos diferentes – um deleitoso e outro horroroso
Uma corda de violino
Uma pele de tambor,
A palheta de uma flauta
Uma emoção parecida a uma corrente ascendente transportando uma ave
Que sobe muito...
Depois de tantos anos
O véu esta sendo tirado
Eles estão recordando a ausente
Seguem em ônibus, carros, trens
Chegarão e dirão:
Sentimos muito a sua falta
Não sofrerá mais maus-tratos
Será amada
Nunca mais abandonada
(Marcia Lailin – 02.09.11) 







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