Hora roubada
Via as luzes dos carros
derramando-se em torrentes de claridades ofuscando a
Visão
como miragens brancas no deserto...
Via a faixa onde teria de dizer adeus às coisas amadas
tão novas, apenas vistas e já passadas...
Via um corpo grande andando na noite
deformado e até mesmo feio
como cruelmente lhe disseram
mas não importava
Possuía mil traços
mil pedaços
mil pedaços
quebrados,
irrecusáveis,
Irritantes,
revoltantes...
Assaltada de repente por essa fisionomia horrível
aumentando sempre
exasperante
torturante como um pesadelo
como um remorso
Balbuciante:
Não enlouquece!
tão desgostosa de chegar
Meia hora ganha
depois um quarto de hora nessa caminhada
Uma hora roubada
Permaneceria apenas quarenta minutos
e estaria terminado mais uma vez
Por que voltava?
Ah, por que?
Iria nessa escuridão
escorregando sobre o clarão
Mlailin
Comentários
Belo post!