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A procura de Agustina Bessa-Luís

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O sentimento do Porto Lai a procura de Agustina Bessa-Luís Há dois anos atrás ao perguntar a um amigo portuense se tinha contato com Agustina, ele responde u que não. E eu perguntei nunca fostes saber como ela está? Onde mora? Disse que não, que ela estava reclusa, doente ou não lembro mais o quê. Disse a ele que isso não impedia de ir até o seu portão se fosse atendido muito que bem se não, que deixasse um bilhete na caixa de correios ou um ramalhete de flores. Sempre achei que ações carinhosas devem ser feitas enquanto existe vida. T empos depois fui a uma exposição no Museu da língua portuguesa, antes do incêndio de 2018. Até hoje não sei quem foi o responsável pela exposição sei que o responsável merecia uma bela de uma reprimenda. Confesso que fiquei triste e ao mesmo tempo privilegiada por estar ali ao lado de fotos e nada mais...  Nenhum livro é nenhum português que comentasse um pouco sobre a poeta de sua terra. Um vazio em um lindo prédio que virou fumaça pree...

Made in China

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Um dia na semana o jornal expresso me brinda com uma matéria que vira o estomago. Dessa feita a matéria está em sua revista Expresso edição 2320 deste domingo Pascoal. O interesse que o comercio ganancioso mostra para com as pessoas é como ter a bactéria H.Pylori devastando o estomago. Vou tentar resumir a coisa. É notório a aversão que o ocidente tem pelo oriente e vice e versa. Mais precisamente com a China... Pois, cada época a malta encontra uma nação para comparar e dizer ou pensar: “Sou melhor que tú”. Nós brasileiros já nos acostumamos com isso e sabemos que não somos bons em canto algum. Para quem não sabe as lojas chinesas aqui em Portugal... eu não sei para que serve, quem souber que me diga. Quando passo por elas nem moscas encontro dentro delas. Não sei como sobrevivem. Diferente das existentes do Brasil que sempre estão repletas de gente a comprar plásticos e falsificações do compre agora e jogue fora daqui há pouco. Aqui ninguém diz que compra algo em uma loja chines...

Memórias do carcere de Camilo Castelo Branco revisitado por Lai em a vida como ela é

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É noite Nunca precisei tanto de Ana Plácido quanto agora. Quando ela me disse: “Camilo, casa comigo” fiquei com medo e tentei argumentar que ainda era cedo. E de repente (coisa que nunca me acontecera antes) tive medo de dizer não e perde-la definitivamente, por ela seria capaz de enfrentar o mundo todo. Se tivesse conseguido esconder nosso amor da vida pública, mas quando nossos encontros vieram a tona o esposo enciumado moveu uma queixa crime, Ana não resistiu e se entregou, a seguir depois de perambular por alguns sítios resolvi eu seguir também o mesmo destino. Agora éramos motivo de conversas em toda a cidade, riem-se de nós em toda os cantos, quem me vê me examina e me julga. É a manhã de mais um dia.   O carcereiro trouxe o café, ainda pela metade, deposito a  xícara  na mesinha de cabeceira onde escrevo. Escuto a voz de  uma pessoa na casa em frente que diz:  “Ela só sabe me magoar, ela só sabe magoar”.  Escrevo o q...

morte e vida Severina

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Memórias de Severina (Escrito conforme narrado) Faz 34 anos que minha mãe morreu e parece que foi ontem. Casamento é só uma vez, ela dizia. Ai um dia eu enviuvei e o pessoal falava assim: Severina arruma alguém. Fiquei viúva gravida da Bethânia. Mamãe sempre falava casamento é só uma vez. A mulher que tem filho deve pensar mil vezes antes de colocar alguém dentro da sua casa.. Na minha época se não casava na igreja não era casada. Casar no civil era o mesmo que ser amigada. M eu sonho era morar em São Paulo. Eu nunca respondi minha mãe, do jeito que eu fui criada eu criei meus filhos. A gente respeita os filhos para que eles respeitem a gente. Mamãe morreu do coração. Sim, a minha mãe teve um infarto na sexta, no domingo ela morreu.... Meu Deus e agora? Me deu uma depressão tão grande! Eu fiquei somente o couro e o osso. Só pensando e chorando. Quando foi? Já fazia um mês para dois mês. Eu não comia. Pelejava e não descia. Eu me lembro como hoje. Era meio dia eu estava deitada o...

Meu tipo inesquecível - Nelson Rodrigues

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<3 Com indisfarçado orgulho, o “Correio da Manhã” anunciou durante uma semana, em chamadas de primeira página, as “Memórias de Nelson Rodrigues” para o dia 18 de fevereiro de 1967, uma quinta feira. E ele entregou em grande estilo. Começou dizendo que nascera no dia 23 de agosto de 1912, no Recife. Duas linhas depois, Mata Hari estava ateando paixões e suicídios nas esquinas e botecos de Paris - e, daí a vinte linhas, a ação passava  para o presente para a esquina de São José com avenida Rio Branco, com um camelô agitando um folheto e gritando: “A nova Prostituição do Brasil! A nova Prostituição do Brasil”  Nelson descreve seu estupor. Nunca vira uma prostituição sendo apregoada nas ruas como se fosse sabonete, E o que mais o estarrecia era o povo passava pelo camelô, numa espécie de escoamento vacum, e ninguém achava nada estranho naquilo. Finalmente Nelson deu-se conta: fora vitima de um monstruoso engano auditivo. O que o camelô estava gritando era: “A nova Co...

A vida como ela é ....

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A vida como ela é.... (De Lai e não do Nelson) Tem dias... Tem dias que dá uma vontade de falar com alguém. Alguém que não esta mais presente fisicamente, mas que vive na memória. O escritor Caio Abreu em uma de suas viagens para a França escreveu: “Então me sentei no banco de Quai de Bourbon de costas para o Sena, acendi um cigarro e olhei para a casa em frente, do outro lado da rua. Na fachada  estragada pelo tempo lia-se: II y a toujours quelque choe d’abient qui me tourmente” (Existe sempre alguma coisa ausente que me atormenta) - frase de uma carta escrita por Camile Claudel a Rodin, em 1886. Não estava em um dia tristíssimo assim como Caio. O caso é que sempre que passo por essa rua em frente desse cemitério e vejo essas senhoras portuguesas com seus maridos suas netas ou suas filhas, vendendo suas rosas, violetas, jasmins, cravos de defuntos... Lembro-me da minha mãe. Sinto o espirito dela próximo de mim. Sou acometida por uma vontade louca de comprar um...