Odeio a morte Ainda mais quando sou eu quem tem de ficar com o doente segurar suas mãos fechar seus olhos troca-lo para os preparativos finais Marcia Lailin
A água cristalina de um riacho o farfalhar suave do vento entre as folhas, o céu límpido, a luz difusa do sol atravessando a folhagem das árvores Ao sermos saudados por essas vistas e sons agradáveis nos convencemos de que um dia maravilhoso nos aguarda Marcia Lailin
Lembro Da minha mãe dizendo: "Você precisa aprender a ser ordeira" E do menino que morava na casa vizinha; e das fugas que fazíamos até o porto de areia e da vez em que quebrei a perna tinha então 14 anos Minha vida se compunha de pequenos episódios triviais e infinitamente encantadores Marcia Lailin
É tempo de me apagar na paisagem nada me resta senão arrastar-me para um canto escuro e ali apodrecer não há lugar no mundo em que eu queira ir Não há coisa alguma que eu tenha vontade de fazer Lamento quase tudo em minha vida Acompanho as estações indo e vindo Como se fosse ave migratória Andorinha ou cuco Marcia Lailin